quinta-feira, 26 de junho de 2008

PANORAMA MAPEADO PRAÇA DA LIBERDADE


Foi-nos pedido que mapeássemos o ruído, os marcos referenciais, o uso e o fluxo de uma de quatro praças escolhidas pelos professores da disciplina.

A praça a ser mapeada por mim foi a Praça da Liberdade.

Procurei evidenciar os ruídos do próprio panorama. Evidenciei, por meio de recursos como filtro e brilho/contraste, as falhas onde havia fragmentação de imagem ou onde a imagem encontrava-se pixelada. Além desse tipo de ruído, percebi o ruído sonoro dos carros e, usando o filtro de distorção nos carros, tentei mostrar esse ruído que circula ao redor da praça.

A apropriação pelo usuário é variável. As figuras geométricas remetem ao entretenimento das crianças, os casais com filhos ao redor da fonte foram mapeados com um filtro.

O fluxo na pista de cooper é frequentemente intenso. Coloquei um tapete vermelho para evidenciar um certo jogo social. Ao mesmo tempo em que as pessoas se exercitam, elas se mostram e socializam-se.

Finalmente, os marcos históricos da Praça da Liberdade podem ser as formas geométricas bem definidas ao redor dos canteiros, que realcei com tons de rosa e verde e, ainda, os prédios tombados pelo patrimônio cultural, os quais evidenciei com cores fortes, por meio do recurso de saturação.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

modelagem das sensações ao ver o site do file


Foi-nos solicitado que modelássemos a sensação ao conhecermos os diversos trabalhos do "file". Eu tentei modelar a liberdade que senti ao ver a projeção de um tigre transitando entre os prédios e árvores de uma cidade. Não gostei do meu trabalho. Vou fazer outro.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Primeiro trabalho no sketchUp


Foi-nos pedido que mapeássemos as sensações ao visitarmos o museu " Oi Futuro ". A minha representação foi uma tentativa de mostrar como é sutil a interface entre EU e minha imagem.


Eu representei as sensações que tive em dois espaços do museu: a entrada e a saída. A fim de potencializar tais sensações, eu permaneci nesses dois espaços por um período bem mais longo do que aquele programado pelo museu e, ainda, passei por tais lugares por mais de uma vez.

Na entrada, cercada por quatro paredes de espelhos, as quais formavam imagens infinitas de mim mesma, senti-me uma estranha anônima em meio a milhares de outros estranhos, de outras imagens vazias de autenticidade. Senti-me incomodada, perdida, ansiosa. Senti o que já pensava: o mundo está cada vez mais alheio às pessoas. Tornamo-nos seres sem personalidade ou história. Enquadramo-nos nos modelos pré-estabelecidos pela sociedade de consumo, pelo mundo da tecnologia mais avançada que dita qual será o próximo ítem de consumo que irá, de novo, nos massificar. E compramos! Compramos para nos incluir em um grupo de clones, para nos tornamos mais um clone que deletou há muito suas verdades, seus desejos e sua verdadeira cara. Os efeitos especiais, luzes maravilhosas, imagens perfeitas disfarçam mal a nossa tristeza, nossa insatisfação, nossa insegurança. Não nos reconhecemos mais. As imagens são de fato infinitas na atualidade, uma vez que não há mais nada a não ser imagens.

Na saída, a conformação de útero e o som de um coração batendo não me fizeram a princípio sentir nada de anormal. Com a minha insistência em permanecer no local, no entanto, não apenas tive sensações peculiares, como também me emocionei. A sensação era de profundo aconchego. Quanto mais eu permanecia mais queria permanecer, como num banho de banheira ou como em uma piscina aquecida. Consegui ter algumas pequenas lembranças da infância, de como me sentia segura, protegida, querida. Cada vez que a porta se abria independente da minha vontade, sentia um incômodo dilacerante, como na hora em que o despertador toca e minha cama diz que devo permanecer. Havia, nesse ambiente também, um espelho. Contudo, o efeito era completamente contrário ao efeito obtido pela disposição dos quatro espelhos da entrada. O espelho desse lugar situava-se em apenas uma das quatro paredes e me causou a sensação de mergulho, de profundidade. A iluminação menos intensa pedia para que eu desacelerasse e olhasse para dentro de mim. Na minha opinião, essa é a sensação de que estamos mais carente no mundo atual. Precisamos nos sentir pessoas amadas sobretudo por nós mesmos, precisamos parar de nos apressarmos inutilmente, parar de desejar o desejo imposto, o desejo do outro para, enfim, descobrirmos quem somos e o que de fato são os nossos desejos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

visita ao museu de arte da pampulha










Nesse museu também é possível enxergar que Hertzberger tem razão ao propor uma arquitetura mais interativa. O usuário certamente enriquece o espaço ao usá-lo da forma que lhe convier e isso foi sensivelmente percebido por Oscar Niemeyer ao projetar o antigo cassino e hoje museu de arte, na Pampulha, em Belo Horizonte.

Oi Futuro




Foi bastante interessante a visita ao museu das telecomunicações OI FUTURO, em B. H. . O espaço apresenta formas de interatividade entre usuário e sistemas de informação. A linha do tempo, por exemplo, permite que o usuário, ao mover uma barra manual, selecione uma das datas impressas em uma superfície e vislumbre imagens da época. Para ouvir o som, por meio do uso de "head-phone" neste e em outros aparelhos basta acionar o "play" de um controle remoto. Um outro tipo de interatividade interessante consiste na possibilidade de criar sons ou de regular o volume do som por meio de movimentos sem tocar o aparelho chamado MOOG THEREMIN. Esse aparelho funciona a partir do acionamento de sensores infravermelhos e dialoga com o sistema interativo de luz e sons desenvolvido por Christian Moeller chamado AUDIO GROVE. Esse é um dos caminhos possíveis para se alcançar a arquitetura virtual, a qual propõe uma plenitude na forma de usufruir do espaço. É sempre bom enriquecer nosso vocabulário visual, pois nada mais somos do que meras intertextualidades. Segundo Herman Hertzberg, nem o arquiteto nem os demais profissionais e cidadãos devem ocultar suas fontes de inspiração ou tentar sublimá-las. Isso não é possível. Melhor seria se assumíssemos que precisamos, sim, tomar emprestados os olhos dos outros para enxergarmos de um ponto de vista inédito, até então, para nós. A partir desses valiosos olhares, selecionamos o que precisamos num determinado momento para levar adiante um trabalho, uma idéia ou, até mesmo um ideal. Certamente, não seremos nem de longe meras fotocópias do outro, pois ao unirmos fragmentos de várias idéias à nossa própria idéia, criamos uma complexidade infinitamente mais rica e bem argumentada e, como a água de um rio nunca é a mesma, as idéias sempre evoluem se se deixarem ser compartilhadas até o esgotamento, ou antes disso.


Christiian Moeller

  • A bagagem revelada nos trabalhos de Christian Moeller representa uma das mais originais e mais complexas investigações a cerca do imenso potencial de novas possibilidades a partir do uso interativo do cinema, da música, da computação e do espaço físico.
  • O trabalho de Christian Moeller chamado Chronolyse - Interactive photo exhibition in the Lindentunnel, Berlin 1993 - dialoga com a linha do tempo, vista no espaço Oi Futuro, em Belo Horizonte. Ambos funcionam a partir da interação usuário x linha do tempo. Ao escolher uma data, cenas relacionadas aos acontecimentos da época são acionadas e mostradas em um telão ao observador. No caso da obra de Christian Moeller, um sensor de ultra-som, que monitora a posição do visitante dentro da instalação, gera a visão interativa da história. Essas maneiras de informar revelam-se, desse modo, bastante eficientes, pois atraem e entretem o usuário, fazendo com que este assimile o conteúdo a ser passado de forma muito mais definitiva, uma vez que mais de um sentido foi solicitado.
  • Mais uma vez, Christian Moeller consegue aproveitar o potencial oferecido pela diversidade apresentada pelo usuário e tornar o resultado de seu trabalho simplesmente surpreendente. É fascinante a influência da instalação de vídeo em Osaki, Tokyo, chamada Nosy, sobre os transeuntes. Uma câmara de vídeo captura imagens do espaço ao seu redor e de pessoas que estão passando na rua e as projeta em três torres constituidas por um painel de leds brancos revestidas por vidro. Essa maneira lúdica de fazer arquitetura é realmente mais eficiente e mais significante. O resultado final do trabalho do arquiteto é incrivelmente enriquecido pela intervenção (in)esperada do usuário.
  • O trabalho de Moeller chamado Mojo - Robotic Light Installation, San Pedro, California, 2007 - consiste em um poste de luz, que, por meio de articulações móveis, é capaz de direcionar a iluminação e atingir com um círculo de luz na calçada os transeuntes. Esse braço tobótico já deveria ter sido adotado em outros países, principalmente naqueles em que a violência é uma séria questão. Além de garantir mais segurança aos cidadãos por inibir a abordagem de possíveis moradores, esse mecanismo, se regulado com um sensor de presença, poderia contribuir para a econômia de luz pública, outro sério problema enfrentado nos dias atuais. Eficiente, econômico e responsivo às demandas ecológicas, esse sistema ainda oferece a rica possibilidade de integrar ao espaço a performance do usuário. A rua certamente ficaria muito mais alegre, além de segura, como já foi dito anteriormente. A própria sensação de segurança nas ruas estimularia os cidadãos a usufruirem mais esse espaço e a simples permanência das pessoas num local inibe a açâo de criminosos. Vemos, pois, um exemplo cíclico.
  • O jogo estabelecido ao se colocar um notável aviso "Do Not Touch" ao redor de um objeto em uma exposição em Londres, contudo sem especificar ao certo o que de fato não deveria ser tocado, parece fomentar a curiosidade dos visitantes. Estes, por sua vez, acabam tocando o poste e são surpreendidos com um forte choque seguido de um barulho intenso e incômodo. Mais uma vez, Moeller mostra que esse tipo de interação entre espaço e usuário são imprescindíveis à saúde da arquitetura. Fica claro que o espectador gosta de se surpreender e de se deixar levar pelo lúdico.