quinta-feira, 17 de abril de 2008

Christiian Moeller

  • A bagagem revelada nos trabalhos de Christian Moeller representa uma das mais originais e mais complexas investigações a cerca do imenso potencial de novas possibilidades a partir do uso interativo do cinema, da música, da computação e do espaço físico.
  • O trabalho de Christian Moeller chamado Chronolyse - Interactive photo exhibition in the Lindentunnel, Berlin 1993 - dialoga com a linha do tempo, vista no espaço Oi Futuro, em Belo Horizonte. Ambos funcionam a partir da interação usuário x linha do tempo. Ao escolher uma data, cenas relacionadas aos acontecimentos da época são acionadas e mostradas em um telão ao observador. No caso da obra de Christian Moeller, um sensor de ultra-som, que monitora a posição do visitante dentro da instalação, gera a visão interativa da história. Essas maneiras de informar revelam-se, desse modo, bastante eficientes, pois atraem e entretem o usuário, fazendo com que este assimile o conteúdo a ser passado de forma muito mais definitiva, uma vez que mais de um sentido foi solicitado.
  • Mais uma vez, Christian Moeller consegue aproveitar o potencial oferecido pela diversidade apresentada pelo usuário e tornar o resultado de seu trabalho simplesmente surpreendente. É fascinante a influência da instalação de vídeo em Osaki, Tokyo, chamada Nosy, sobre os transeuntes. Uma câmara de vídeo captura imagens do espaço ao seu redor e de pessoas que estão passando na rua e as projeta em três torres constituidas por um painel de leds brancos revestidas por vidro. Essa maneira lúdica de fazer arquitetura é realmente mais eficiente e mais significante. O resultado final do trabalho do arquiteto é incrivelmente enriquecido pela intervenção (in)esperada do usuário.
  • O trabalho de Moeller chamado Mojo - Robotic Light Installation, San Pedro, California, 2007 - consiste em um poste de luz, que, por meio de articulações móveis, é capaz de direcionar a iluminação e atingir com um círculo de luz na calçada os transeuntes. Esse braço tobótico já deveria ter sido adotado em outros países, principalmente naqueles em que a violência é uma séria questão. Além de garantir mais segurança aos cidadãos por inibir a abordagem de possíveis moradores, esse mecanismo, se regulado com um sensor de presença, poderia contribuir para a econômia de luz pública, outro sério problema enfrentado nos dias atuais. Eficiente, econômico e responsivo às demandas ecológicas, esse sistema ainda oferece a rica possibilidade de integrar ao espaço a performance do usuário. A rua certamente ficaria muito mais alegre, além de segura, como já foi dito anteriormente. A própria sensação de segurança nas ruas estimularia os cidadãos a usufruirem mais esse espaço e a simples permanência das pessoas num local inibe a açâo de criminosos. Vemos, pois, um exemplo cíclico.
  • O jogo estabelecido ao se colocar um notável aviso "Do Not Touch" ao redor de um objeto em uma exposição em Londres, contudo sem especificar ao certo o que de fato não deveria ser tocado, parece fomentar a curiosidade dos visitantes. Estes, por sua vez, acabam tocando o poste e são surpreendidos com um forte choque seguido de um barulho intenso e incômodo. Mais uma vez, Moeller mostra que esse tipo de interação entre espaço e usuário são imprescindíveis à saúde da arquitetura. Fica claro que o espectador gosta de se surpreender e de se deixar levar pelo lúdico.

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