domingo, 30 de março de 2008

MAPEAMENTO DO USO INAPROPRIADO DE UM LUGAR PÚBLICO





O uso de canteiros de plantas por transeuntes é bastante comum em Belo Horizonte. As pessoas almoçam, assentam e, até mesmo, dormem nesses lugares. Para acrescentar um pouco mais de conteúdo à imagem, resolvi discutir a questão do Intervalo, muito bem explicada no livro Lições de Arquitetura de Herman Hertzberger. Numa brincadeira, sugiro que uma das plantas assusta-se ao ver um estranho se apropriar do "alpendre" de sua casa e grita por socorro. As plantas vizinhas vislumbram a situação e ficam alvoroçadas, pensando estar diante de um delinqüente. Alguém sugere ligar para o 156 - Parques e Jardins - (telefone que, para as plantas, corresponde ao 190 para os humanos) para que alguma providência seja tomada. Os agentes de segurança das plantas vai até o local e assegura que a única solução plausível é colocar um muro, com grade e cerca elétrica. No dia seguinte, amedontrada e convencida de que a solução indicada pelo órgão protetor das plantas é a única possível, a dona da casa decide contratar um pedreiro que sobe um muro ao redor do tal alpendre.



Infelizmente, essa é a realidade que nos cerca hoje, em Belo Horizonte. Cada vez mais estamos aprisionados dentro de nossas casas. Rendemo-nos aos aparatos tecnológicos de segurança, pois nos tornamos vítimas fáceis do medo instaurado pelos próprios comerciantes de cerca elétrica, alarmes, etc. Será que aniquilando a gradação necessária entre os espaços público e privado de forma tão abrupta não estamos fomentando a violência?



Penso que essa muralha imposta pelo privado sobre o público, além de gerar atos cada vez mais violentos daqueles que se sentem agredidos, impossibilita de forma quase definitiva a existência do espaço da Rua, que por si só garantia, outrora, a segurança tão desejada atualmente.

quarta-feira, 26 de março de 2008

o processo




TRABALHO INFORMÁTICA











Esse trabalho consistiu no mapeamento de algum lugar público utilizado de forma inusitada. A partir dessa percepção mais profunda dos vários usos não habituais dos espaços fica fácil propor um novo projeto que alcance a multiplicidade possível e desejada de tais locais.




O contraste entre as duas fotos tem a intenção de revelar como o ciclista é "engolido" pelo trânsito de carros, ônibus, caminhões, etc. O ciclismo é nitidamente excluído ao se pensar o transporte na cidade de Belo Horizonte, o que é uma pena. Além de proporcionar mais saúde e bem estar ao usuário, o andar de bicicleta resolveria uma preocupante questão econômica e social: a poluição atmosférica pela emissão de combustíveis fósseis e o conseqüente efeito estufa.

PRONTOOOO





NOSSO GRUPO: SALA DE ESTUDO

domingo, 23 de março de 2008

durante...





















rEfOrMa Na SaLa 134 (em aberto)




No dia 11/03, os professores de Plástica propuseram a criação de 7 ambientes na sala 134, mostrada acima, quais sejam:

  • sala de aula


  • sala de estudos


  • descanso


  • ateliê


  • exposição


  • projeção


  • foyer


Tudo isso em apenas 3 dias.



Antes disso, eles nos apresentaram a pintura de Jackson Pollock chamada "action painting", o grupo teatral "living theatre", o Choro e os parangolés de Oiticica.

Pollock ensina, com sua arte, que o processo da pintura pode ser mais rico do que a própria obra, havendo um maior distanciamento do pintor com relação ao objeto.

O Living Theatre preconiza a interação com o público, em vez de se enquadrar em um roteiro predeterminado pelo autor, figura que teria surgido justamente pela necessidade de um controle maior no palco do teatro grego, o qual propôs a separação de platéia e público. Esse distanciamento entre atores e expectadores faz com que o visual predomine.

O teatro de rua encenado por tal grupo resgata um pouco do caráter de ritual dos antigos teatros, ao devolver ao público a possibilidade de se expressar.

Gringo Cardia X "O virtual"

Finalmente, acho que Gringo dialoga com Ana Paula Baltazar, autora do texto Por uma arquitetura virtual: uma crítica das tecnologias digitais, uma vez que a idéia do evento em sua arte é preponderante. Muito além da substância, a arquitetura de Gringo transcende e alcança a dimensão do virtual, na minha opinião. A necessidade de interações diversas para que a obra signifique plenitude é o que a torna vitual. Desde o processo, rico pela valorização da auteridade, até o fascínio e participação do expectador, tudo é muito mais do que uma simples representação. Para mim, Gringo é uma coisa, para você, certamente, ele é outra.

Muito além


Essa é uma pequena amostra do infinito universo Gringo Cardia. A minha janela ainda é muito limitada, mas sentir a arte desse arquiteto do mundo, foi sensacional. Obrigada Bianca pela valiosa dica. Gringo ou Greg Vanderlans (quando fotógrafo) revela ainda nessa exposição: artes gráficas, vídeos e muito mais. Quem ainda não foi ver de perto essa riqueza, que vá logo, pois a exposição no Palácio das Artes perdurará até dia 06 de abril, salvo engano. Agora, só para encerrar, vou colar aqui alguns trechinhos do texto de Heloisa Buarque de Hollanda, o qual abre a exposição e define bem o jeito Gringo de ser, na minha opinião.

arte DAS PERIFERIAS




essa é, sem dúvida, uma grande marca do artista:
O OLHAR ATENTO E DESPIDO DE QUALQUER PRECONCEITO NA DIREÇÃO DA PERIFERIA.
Assim, Gringo é capaz de apreender e transportar o enorme potencial criativo humano existente no popular para o mundo de forma admirável.

O palco de Gringo


sábado, 22 de março de 2008

a sala das maquetes

As mini-réplicas dos cenários de Gringo Cardia são perfeitas, como podem comprovar.
















gringo ARQUITETO


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ESSA GRINGA ARQUITETURA

Gringo e COLKER



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A DIMENSÃO ALCANÇADA











A influência da cultura mexicana



E por falar em confecção....


Essa é a imagem que mais me encantou. O contraste do preto e branco com o colorido das linhas é fenomenal, na minha opinião. A proposta da loja de tecidos em forma de bar é ainda mais fantástica. O mais legal, no entanto, é reconhecer que a referência de Gringo volta-se mais uma vez para a periferia, para o cotidiano: as Costureiras. Gingo frequentemente dialoga com esse grupo especial de trabalhadoras em sua obra.
A inspiração baseada nos quadrinhos eróticos de Carlos Zéfiro toma forma na confecção da capa do cd "Barulhinho Bom" de Marisa Monte.



GRINGO CARDIA de todas as tribos







Um pouco mais sobre Gringo Cardia

















Ao retornar à exposição GRINGO CARDIA de todas as tribos, tive a oportunidade de apreender um pouco mais, além de conseguir observar com mais cuidado as fotos, os vídeos, as capas de cd's e, principalmente, a ligação que existia entre suas obras (primas, diga-se de passagem).





Num primeiro momento, Gringo abre sua gaveta de idéias e ideais e revela seus rabiscos, sua bagagem, sua intertextualidade. Essa coleção inusitada de imagens vai servir à construção de seus cenários magníficos e a seus outros inúmeros trabalhos. A matéria prima de que Gringo se apropria é riquíssima: reminiscência de viagens, precisa visão intuitiva, incorporação da proposta dos quadrinhos de Carlos Zéfiro, adoração por David Bowie, influência da cultura mexicana e, sobretudo, da observação do cotidiano e da periferia.





As fotos acima indicam alguns passos desse caminhar eclético e peculiar do Artista.












sexta-feira, 21 de março de 2008


Após o uso de várias ferramentas, tais como free transform, brush tool, history brush tool, entre outras, aí está o resultado. A idéia que tentei transmitir consiste na integração da sala de plástica com um aconchegante espaço de descanso, leitura, estudo ou qualquer outra possibilidade que o usuário vislumbre. Tal espaço também teria acesso por aquele corredor localizado atrás do D. A. Penso que essa nova forma de ocupar o espaço seria interessante, pois, além de proporcionar uma estética mais agradável ao pátio da Escola de Arquitetura, resolveria, em parte, a questão da iluminação e ventilação da sala 134. A abertura de uma grande e larga porta já melhoraria a ventilação, contudo o sol continuaria incidindo fortemente à tarde na sala de Plástica. Essa questão seria então resolvida ao arborizar e colocar telhas coloniais no ambiente exterior à sala. A vegetação, além de aumentar a umidade relativa do ar, barra os raios solares e o telhado garantiria uma total eficiência da retenção desses raios.

quinta-feira, 20 de março de 2008

O PROCESSO


Foto de um espaço escolhido na E. A. para ser modificado por photoshop a fim de sugerir uma nova função para tal lugar

Esse trabalho de informática propõe a modificação de um espaço da Escola de Arquitetura da UFMG. O aluno deve fotografar o lugar escolhido e, por meio do "Photoshop", modificar tal espaço, sugerindo, dessa maneira uma nova forma de ocupação do local.
  • Esta é a fotografia do lugar que escolhi antes de tratá-la com photoshop. Esse espaço situa-se acima das mesinhas da cantina, as quais encontram-se entre o D. A. e a própria cantina.



terça-feira, 18 de março de 2008

RESENHA DO TEXTO "POR UMA ARQUITERURA VIRTUAL: UMA CRÍTICA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS" DE ANA PAULA BALTAZAR DOS SANTOS

De uma forma muito coerente e bem fundamentada, a arquiteta Ana Paula Baltazar mostra que os conceitos "digital" e "virtual" são distintos, apesar da possibilidade de se estabelecer uma relação entre eles.
A relevância cada vez maior na arquitetura alcançada pelas tecnologias digitais é, segundo a autora do texto, notória desde os anos 60. Ela ressalva ainda que nos anos 80 o uso do computador como ferramenta de desenho é popularizado nos escritórios de arquitetura e mostra que as representações digitais são erroneamente denominadas projeto ou arquitetura virtuais.
Segundo Pierre Lévy existem duas ordens para as coisas: uma das substâncias e uma do evento. A substância representa o potencial e o real, ao passo que o evento ilustra muito bem o virtual e o atual. Ambas as ordens, entretanto, estão presentes na obra e, sobretudo, na arquitetura.
Ana Paula evidencia ainda que o grande problema é o uso da arquitetura para projetar apenas a substância e não o evento, embora essa representação seja referenciada no evento. O projeto arquitetônico, assim, restringe os usos previstos e deixa de lidar com o virtual, perdendo de vista que toda a virtualidade a ser atualizada é intrínseca aos próprios objetos e espaços. Dessa maneira, a autora anuncia que substância e evento são continuidades intrínsecas às coisas, não sendo, nem de longe, excludentes.
A possibilidade da criação de espaços-eventos, pensados como processo aberto, o qual estabelece uma continuidade entre projeto e uso, é defendida pela pesquisadora da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ana Paula Baltazar acredita que o capacete (helmetset) de Ivan Sutherland, chamado de "realidade virtual" na terminologia computacional, simula a realidade em sistemas imersivos ao reproduzir aspectos isolados do mundo físico no mundo digital. Para ela, nesse caso, os espectadores experienciam uma reprodução. Assim, é possível perceber quei o foco desse sestema volta-se para a substância e não para o evento.
Por outro lado, a doutoranda na Bartlett School of Architecture em Londres pensa que Lygia Clark, em sua obra "Máscara com Espelhos¨ (1967), apresenta um sistema aberto que só se completa temporariamente quando da experiência do espectador, enquadrando-se , assim, no modelo de seqüência ao estabelecer continuidade entre a obra e sua fruição e, ainda, mostra que na obra de Clark estão implícitos a dissolução dos limites entre sujeito e objeto e a busca dodesaparecimento do autor, o que é fundamental para a virtualização do processo. Os espectadores nesse outro sistema assumem a posição de partes vivas necessárias para completar a obra temporariamete, dando seqüência a ela.
Ana Paula dos Santos pensa que o Familistério de Godin, na França do século 19, pode ser entendido como um precursor da arquitetura virtual, pois, segundo Foucault ele deve ser considerado um projeto que alcançou a liberdade garantida pela própria liberdade, baseada no evento, em vez de repetir a experiência fracassada de tentar propor uma liberdade na estrutura das coisas baseada apenas na substância.
Ela expõe ainda que a arquitetura do Familistério proporciona os meios necessários para uma nova abordagem social da vida, garantindo o bem estar dos trabalhadores, sem limitar formal e materialmente os eventos que garantiriam tal bem estar.
Dessa maneira, apesar de a autora do texto comprova que uma arquitetura realmente virtual não é necessariamente digital.
Ela defende também a possibilidade do pensar uma arquitetura que seja realmente virtual, aproveitando-se o que de bom o digital tem a oferecer, em vez de simplesmente aceitar as tecnologias digitais na arquitetura sem qualquer questionamento.
Contudo, Ana Paula concorda que o digital facilita a arquitetura virtual por permitir a flexibilidade, a lógica de rede, a integração e abertura do sistema, a emergência do ambiente em tempo real, além do estabelicimento de continuitdade entre projeto e uso.
O Fresh Water Pavilion, do escritório NOX, na Holanda, e a Tenda Digital desenvolvida no Lagear da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais são exemplos citados pela pesquisadora que se apropriam da problematização da interação entre usuários e espaços físico e digital para apontar a possibilidade de um trabalho conjunto de digital e virtual.
Finalmente, Ana Paula Baltazar vislumbra o digital ora como uma ferramenta ora como ambiente ideal para o desenvolvimento da arquitetura virtual.

Aprendendo um pouco mais de photoshop no workshop de terça-feira dia 18/03



Os monitores do Lagear mostraram como aplicar a uma imagem mais alguns recursos do photoshop e, ainda, ensinaram alguns atalhos. Durante a explicação, cada aluno teve acesso a um computador do CIAU e, dessa forma, pode praticar os comandos do software. Eu modifiquei a foto do site da 3XN entitulada de "Montreal Symphony Orchestra, The Music" durante o workshop e aí estão os resultados que mais gostei. O workshop foi bastante proveitoso.